Todos temos crenças.
Sejam elas boas ou más, elas fazem parte de nós e condicionam a forma como vivemos.
Muitas delas até podem parecer inofensivas, mas na verdade são limitantes. E outras por si só já são ameaçadoras, mas o costume perante elas já nos faz não querer mudar ou lutar contra.
Mas o que é uma crença?
Bem, de acordo com o dicionário de Língua Portuguesa, uma crença é uma "atitude de espírito de quem admite algo como verdadeiro". Envolve o acto de crer, de acreditar e ainda nos leva a uma convicção profunda.
Aqui está o primeiro alerta. Tudo pode contribuir para a forma em como estamos a levar a nossa vida.
As crenças (conscientes ou inconscientes) podem surgir do contexto familiar, cultural ou de experiências que temos ao longo da nossa vida. E, se não tomarmos cuidado, podem passar a ser verdades que levaremos até ao fim dos nossos dias e ainda transmiti-las às próximas gerações.
Por isso, a pergunta que faço é: o que andamos nós a pensar?
Tudo aquilo que pensamos irá reflectir-se naquilo que iremos acreditar. E o perigo espreita exactamente aqui!
O seio familiar ou até o contexto cultural onde nos inserimos podem incutir-nos ideias limitantes que mais tarde podem levar anos a serem desprogramadas.
Talvez pelo medo de perder alguém ou algo. Pelo medo de abrir mão de tradições, ou pura e simplesmente, por medo do desconhecido. Aprender a reprogramar a nossa mente é uma tarefa árdua e que nos pode colocar em cheque com quem não está disposto a fazer o mesmo.
Mas, se há coisa que aprendi é não enfrentar as falsas crenças que os outros têm (e me tentam incutir ainda que muitas vezes com as melhores intenções) mas sim desviar-me totalmente destes padrões de pensamento.
Por favor, leva sempre em conta o facto de que família e amigos sempre o farão com as melhores das intenções. Então, lembra-te: nunca estejas contra as pessoas. Mas, posiciona-te contra a falsa crença.
Falo por experiência própria quando digo que é normal sentir resistência e até uma certa culpa por querer descartar uma forma de ser e pensar que persistiu na família por tantos anos.
Mas, diante de uma situação assim, eu encorajo-te a fazeres as seguintes perguntas:
Está a colocar-me contra alguém? - porque se está, então está errado;
Está contra a palavra de Deus? - se és cristão, a palavra de Deus é para levar a sério;
Vai contra os bons princípios e valores? - porque se não, então abandona a ideia.
Fazendo estas 3 simples perguntas irá ajudar-te a teres um norte.
Tal como mencionei no texto anterior (podes ler aqui), aceitar certas crenças que nos fazem acreditar que esse é o verdadeiro modo de viver. E pode ser uma autêntica prisão.
Porque para além de estagnar a tua vida, não te permite desenvolveres quem Deus te criou para seres, nem chegar à plena compreensão disso.
Uma das grandes falsas crenças que eu tinha é que as mulheres não tinham espaço para opinião, não tinham voz, e que o ambiente que as cercava era de constante perigo. Assim como cheguei a acreditar que, se a minha avó e a minha mãe não tiveram bons homens, então quem era eu para querer alguém que fosse bom para mim?
Foi-me de tal maneira incutido que eu cheguei a submeter-me a um relacionamento abusivo por total carência e por achar que tudo o que acontecia dentro dele era aceitável (já que eu não conhecia outra realidade).
Com isto, não digo que não existiu a minha cota de responsabilidade - quem é que pode estar de forma saudável num relacionamento quando ainda nem sabe quem é e a carência é a única fonte que conhece?
Mesmo que já se tenham passado anos, a verdade é que só quando saí desse relacionamento me apercebi da quantidade de pensamentos deste género que cercavam a minha mente.
E, adivinha só…, todos errados!
Cresci num ambiente onde os abusos emocionais e físicos eram tão prevalentes que eu nem sempre soube reconhecê-los como errados ou fora do normal.
A minha mãe e avó, ambas mulheres cristãs, não pediram nem impediram tais tratos porque, genuinamente, sempre acreditaram no melhor lado dos seus companheiros e tiveram fé que poderia ser diferente. Mas, existe o outro lado… e eles também precisavam querer.
Tanto que, o meu avô acreditava com todas as suas forças que a melhor forma de estar num casamento era exercer força física, de forma abusiva, com esposa e filhos. Tudo isto porque viu o mesmo exemplo do pai, que o fez crer que isso era ser homem.
Mas, e agora o outro lado?
É a isto que uma mulher tem de se submeter?
Foi aqui que, novamente, Jesus me mostrou que eu precisava mudar toda a forma de pensar. Nunca indo contra as pessoas, mas contra o molde.
“Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês.” - Romanos 12:2
Seja o que for que este mundo considere normal e aceitável, quando eu olho para Cristo é que eu vejo que é tudo menos normal ou aceitável.
Nunca será aceitável para Deus que uma mulher (ou homem ou criança) esteja debaixo do abuso de poder e autoridade de quem quer que seja. Onde é usada força física ou abuso psicológico.
O molde nunca será as opiniões das pessoas, nunca será a forma como executam poder e autoridade, e certamente nunca será a violência ou a colocação de medo contra qualquer ser humano.
Quanto mais eu olho para Cristo mais eu acredito em família, em relacionamentos saudáveis e que posso viver sem odiar os homens - como poderia eu odiar o que Deus abençoou?
Eu escolho acreditar no que é saudável, no que é verdadeiro e no que tem fundamento.
Vindo Dele, vem tudo o que é verdadeiro e agradável. E, mais importante, tudo o que é saudável.
Cá está… Deus sempre foi e sempre será um Pai saudável.
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.