Como o racismo fere os dois grandes mandamentos
A morte de George Flyod impactou-me profundamente. Aliás, impactou o mundo inteiro ao ponto que protestos e marchas foram feitas em prol das vidas pretas.
Era notória a urgência de combater o racismo. Pois não faz sentido, em pleno século XXI, ainda lutarmos contra tudo o que coloca a dignidade de qualquer indivíduo em risco.
E foi dentro desse contexto que fui parar ao instagram da Jacira Monteiro, a autora do livro.
Foto tirada do site da editora Quitanda
Tive a felicidade de entrevistá-la para o podcast que apresento - da RTM Portugal - que tem por nome Entrelinhas. Aliás, já comentei aqui o quanto amo o facto de que o meu trabalho passa pela leitura de livros e entrevistas com os seus autores.
A mesma revelou que antes do livro O Estigma da Cor, havia um ebook. O qual fora escrito para que pessoas que, tal como eu, não sabiam como combater o racismo pudessem ter as suas dúvidas respondidas.
De ebook passou a livro, onde a autora estendeu mais capítulos de forma a explicar com mais precisão o que há de resquício na sociedade para que o racismo ainda tenha força - mesmo que o seu contexto seja no Brasil, a verdade é que Jacira não deixa Portugal fora do contexto.
Antes de recomendar a leitura quero dizer que comprei o livro pela Amazon e li pelo Kindle - já que o livro físico não é enviado para fora. E, também, decidi ler não apenas por causa de trabalho, mas por fazer parte de um país que colonizou anos a fio e cooperou para a escravidão. E ninguém melhor que a Jacira para me tirar as dúvidas.
O que mais me faz recomendar a leitura deste livro - para além do aprendizado face a esta temática - é que o livro é como um passo a passo para entendermos o quanto devemos valorizar as diferenças que existe entre nós. Ou seja, a diversidade deve ser celebrada e ninguém deve deixar de notar o quanto somos diferentes, porque isso significa realmente ver o outro.
A autora num debate mensal na Universidade Mackenzie em São Paulo
Para além disto, a autora fala da Colonização e do papel da Igreja em contexto de missões. Sendo ela cristã, não ignora jamais o mandamento de Cristo de ir e pregar o evangelho a toda a criatura. Mas, também fundamenta a sua explicação ao dizer que, na época das expedições marítimas, a missão cristã foi feita de forma imperialista, impositiva e não-ética.
Um dos capítulos que mais gostei é chamado de A Mulher Negra e a Feminilidade Elitista. A maneira como Jacira rebate a ideia de que uma mulher deve ser intelectualmente fraca, sem trabalhar fora e pensar unicamente em casamento e maternidade, é simplesmente estonteante!
Foi um dos capítulos que mais aplaudi e que mais leveza trouxe à minha alma. Isto porque Monteiro destrincha as qualidades da mulher de Provérbios 31 como: confiável, trabalhadora, provedora de mantimento, investidora, cheia de força, que ajuda os necessitados, que é sábia e bondosa e, por isso, é louvada.
Foto tirada do site da editora Quitanda
Fora tudo isto, fundamenta mais argumentos de que o racismo é um ataque directo a Deus - o Criador - e ao próximo. A mesma ressalta diversas vezes que: (...) não há como amar Deus sem amar o próximo”.
Diante disto tudo, nota-se muito que amei esta leitura? Aposto que responderam sim!
Por isso, recomendo esta leitura caso sejas alguém que queres te educar sobre o tema e saber como combater e prevenir o racismo. Pois a própria autora dá dicas sobre isso.
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.