Tendo fé ou não, se estás dentro de uma cultura com feriados cristãos, então celebras a Páscoa.
Provavelmente, até tens férias marcadas com a família. Aproveitam para descansar e ainda estar uns com os outros, sem pressas. É um momento de comunhão e de mesa.
Mas, de onde veio a celebração da Páscoa?
A primeira coisa que precisas saber é que a Páscoa Cristã é herdeira da Páscoa Judaica. E, esta última, nada mais é do que uma celebração para recordarem do momento em que Deus libertou os hebreus da escravatura no Egipto - liderados por Moisés.
A própria Bíblia diz que Deus ouviu o clamor do povo hebreu, devido ao trabalho forçado a que eram submetidos, digno de uma escravatura. E isto pode-se ler em Êxodo 3:7 - “Então o Senhor lhe disse: Por certo, tenho visto a opressão do meu povo no Egipto. Tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus capatazes. Sei bem o quanto eles têm sofrido”.
Acredito que também já tenhas ouvido falar das dez pragas do Egipto. Mas, afinal elas serviram para quê?
Bom, para além de Deus ter em conta que era urgente a saída dos hebreus daquele lugar de escravatura, era preciso também tratar do ego de Faraó - Ramsés II.
Cada praga significava uma guerra aberta a cada deus que os egípcios adoravam. Então, para além de ser importante libertar um povo, mostrar aos egípcios que o que adoravam não lhes valia de nada também era importante.
A última praga foi a mais dolorosa de todas: a morte dos primogénitos.
O coração do Faraó, duro como uma pedra, só cedeu a liberdade aos hebreus quando esta última praga aconteceu - e aqui está um detalhe importante!
Antes que isto acontecesse, Deus avisa Moisés para que os hebreus passassem sangue de cordeiro nos umbrais das suas portas, para que a vida dos primeiros filhos fosse poupada.
Resumindo a ópera: os egípcios sofreram todos por tabela por causa da sede de poder e ego de Ramsés II, que não cedia nem por um segundo a mão de obra escrava que tinha - só o fez quando sofreu a mais dura consequência.
É importante ter aqui em mente que foram várias as vezes que Moisés pediu e avisou Ramsés. Porém, nunca foi ouvido e viu que o faraó não estava disposto a abrir mão do trabalho escravo.
Agora, o que é que isso tem a ver com a Páscoa Cristã?
Ora bem, para os judeus, a Páscoa (Pessach) significa «passar por cima». E foi o que lhes aconteceu, o anjo da morte passou-lhes por cima por causa do sangue de cordeiro que estava sobre as suas portas.
A Bíblia aponta para Jesus como o Cordeiro de Deus, o sacrifício perfeito. Tal como o sangue de cordeiro foi derramado para que a vida de alguns fosse poupada, também o sangue de Jesus foi derramado para que todos se salvem.
Num tempo em que rituais eram necessários (por serem costumes da época), onde animais inocentes morriam por causa de erros que não eram deles… Jesus foi o cordeiro perfeito que pôs um basta nisso. E, agora, a morte também «passa por cima».
Um inocente morreu no nosso lugar. Tal como foi injusto que inocentes morressem por causa da tirania de um Faraó - que acreditava ser um deus -, também foi injusta a morte de Jesus na cruz.
Mas, enquanto um poderoso não abria mão da sua arrogância e fez os seus sofrerem, temos Cristo que para além de se mostrar simples ao nascer de uma manjedoura, dá a sua vida pelos seus.
Naquela época, pela tradição romana, a morte na cruz era a mais dura pena de morte. A de maior exposição e a que mostrava que quem lá estava pagava caro pelo que tinha feito.
A questão é essa: Jesus nada fez para merecer morrer numa cruz. Contudo, Ele veio com esse propósito. Pois o mais importante para Ele é o facto de que agora não existe mais nada que nos separa de Deus.
“Mas, Ana… as pessoas continuam a morrer!”
Sim, isso é um facto!
Mas, assim como Cristo ressuscitou no terceiro dia - tal como disse que aconteceria - a nossa vida não acaba por aqui. A morte, literalmente, não nos apanha. Pois desta vida passamos para a eternidade com Ele. Nada acaba por aqui.
Por isso, na Páscoa celebramos a vida. Celebramos a vida que foi entregue na cruz - um símbolo de maior tortura e vergonha que foi transformado no maior símbolo de vitória - e que venceu o maior inimigo do ser humano: a morte.
Celebramos Cristo que fez por nós o que nunca seríamos capazes de fazer. E que, se calhar, ainda andaríamos com sacrifícios numa tentativa de nos tornarmos perfeitos. Jesus fê-lo por nós.
Celebramos a vida que foi entregue no nosso lugar, para que hoje tenhamos paz com Deus. Para que não haja mais nada que nos separe do Seu amor. Não existe mais nada que nos escravize da nossa antiga forma de viver.
Graças a Cristo, não há nada que nos separe de Deus. Nem mesmo a morte.
“Onde está, ó morte, a tua vitória?(...)” - 1 Coríntios 15:55
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.