“Quando o Filisteu se aproximou para atacar, David foi a correr enfrentá-lo.”
(1 Samuel 17:48)
Há tempos tive um sonho que se recusa a sair da minha memória. Esse sonho teve uma mensagem clara, e sei que foi Deus que a enviou.
No sonho, eu estava dentro de uma prisão. Havia mais pessoas comigo; estávamos sentados no chão e tínhamos os braços envoltos nos joelhos dobrados. Lembro-me de estarmos com medo – esse foi o primeiro sinal claro para mim.
A prisão tinha algo muito peculiar. Era bastante escura, por dentro não tinha janelas, e a porta estava aberta. Não havia guardas e lá fora resplandecia um dia lindo. Lembro-me que fixava a ideia de me levantar e caminhar até à porta. Eu queria ver mais daquele dia luminoso, mas não tinha coragem. Embora a prisão não tivesse guardas, eu acreditava que eles iriam aparecer assim que eu planeasse a minha fuga.
Até que, de repente, uma moça se levanta, põe a sua mochila às costas e sai. Só isso. O meu desespero começou – não por mim, por ela. A verdade é que nada aconteceu e ela estava finalmente livre. Desfrutava agora do dia maravilhoso que parecia não ter fim.
Assim que acordei, entendi perfeitamente o que Deus queria dizer: "Está na hora de sair da prisão."
Compreendi, claramente, que o medo desenfreado das pessoas estava a estagnar a minha vida. Quando digo isto, refiro-me ao facto de que a opinião delas tinha muito mais peso do que a minha identidade em Cristo. Até ali, concordei com o que não concordava, tolerei abusos que não deveria tolerar, calei-me quanto tinha de me fazer ouvir, e deixei de seguir o que era direcção de Deus e aquilo que gostava por receio da opinião dos outros.
Estava numa e nem me dava conta. Porque é isso que acontece quando queremos, com todas as nossas forças, apenas a aprovação das pessoas.
Depois desse sonho entendi o tempo que desperdicei a viver aprisionada com medo. Medo de perder ou medo de não agradar as pessoas, em vez de viver livremente na liberdade para a qual Cristo me libertou – “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1).
Ter um medo racional, é normal. Por exemplo, se nos aproximamos de um penhasco, há ou não um certo de medo de pôr o pé em falso e cair? Claro que sim! Porque aquele medo indica que a nossa vida está em perigo.
O problema é quando o medo vai além do instinto de sobrevivência e se torna uma esfera de prisão e tormento. Tudo aquilo que tem a intenção de parar a nossa vida espiritual, emocional ou, até mesmo, material a um nível de anular os planos de Deus… então, aí olho aberto! Isso é tudo menos normal.
E acreditem… o medo pode tomar proporções gigantes e amedrontar, tal como Golias. Mas a diferença está em duas coisas muito óbvias (mas que demoramos para entender): primeiro, a quem pertencemos; segundo, a posição que tomamos. Toda a posição que tomamos na nossa vida irá sempre revelar a quem pertencemos. E, afinal de contas, queremos pertencer a quem?
O exército de Israel tomou uma posição – ficaram quietos, nem um homem se chegou à frente. David também tomou uma posição – disse umas palavritas certeiras a Golias, e quando o gigante ia em direção a ele, David encarou.
Por isso, precisamos perguntar-nos: existe em mim algum medo que está a paralisar-me ou a atormentar-me a vida? Depois disso, lembrarmo-nos a quem pertencemos, tomar uma postura e caminhar para a liberdade.
O medo precisa de ser expulso. Então, não podemos fingir que ele não existe, e nem deixar que nos aprisione ou que cresça ainda mais, mas enfrentá-lo. Fazer como David, correr em direção a ele. Fazer como a moça do sonho, sair da prisão.
É vital recordarmos de quem luta por nós. Afinal, quem é o nosso libertador? Pertencemos à liberdade; pertencemos a Ele.
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.