Que todos precisamos de alguém é um facto.
A vida tem mais beleza quando é partilhada. Mas, o perigo espreita quando começamos a depender de tal pessoa até para existir.
Ainda que saibamos que o amor tudo suporta, a verdade é que quando queremos fazer do outro o nosso “deus”, estamos a colocar-lhe um fardo que não tem a obrigação de carregar.
Não é justo que o outro resolva as nossas carências, traumas e aflições. Isso gera peso. Agora, quando abrimos o coração sem exigências para com o outro… isso sim, é saudável.
Não me entendas mal. Mas, viver preocupado com o que o outro pode pensar a nosso respeito, escrutinar as palavras que lhe saem da boca, querer que faça sempre o que pedimos, que estejamos lá o tempo inteiro… Isso não é amor, é uma prisão.
Acabamos envolvidos numa amizade ou numa relação amorosa baseada no medo em vez de sermos genuinamente livres para amar a pessoa como é e para que ela também nos ame tal como somos.
E aqui vai tudo incluído no pacote: defeitos e virtudes.
Do outro lado, podemos ainda encontrar quem goste de servir de “deus”, é verdade. Alguém que age e vive como se fosse responsável por viver o que o outro vive, resolver o que é da responsabilidade dele, sentir o que o outro sente e exigir ser reconhecido por isso.
Lá está, mais uma prisão. Porque nunca nada lhe será suficiente. Nem os agradecimentos, nem o tempo dedicado. Precisamos abrir mais a visão e entender que quem age assim, tem tantas coisas a resolver como nós.
Ainda que a minha comunicação pareça condenatória, não o é. Não, não estou a apontar-te o dedo e nem a jogar-te inferno abaixo. Todos temos carências na nossa vida que, mesmo tendo sido geradas na nossa infância, precisam ser supridas. Elas existem e são válidas. Só que ninguém que se cruze pelo nosso caminho terá a capacidade de suprir tais carências.
Mas, existem boas notícias!
Quem nos criou, quem nos formou na barriga da nossa mãe, e que tem acompanhado toda a nossa trajetória, é que é capaz de suprir o vazio que temos e arrumar a casa – a nossa alma, o nosso coração. E com isto não digo que temos de nos desfazer das pessoas. Não! Até porque fomos criados como seres relacionáveis e não eremitas. A solidão não é plano de Deus para nós.
Apenas temos de considerar o quão errado é quando chegamos a um ponto de depender ou querer que o outro dependa de nós. Assim deixa de ser amor.
O verdadeiro amor não busca os seus próprios interesses. E quando passamos a depender de alguém, só existe aquela pessoa. Quando desejamos que alguém dependa de nós, queremos um ego amaciado.
Vamos lembrar-nos disto: apenas Deus, que nos formou e nos criou, tem a capacidade de preencher todo o vazio e resolver todas as nossas carências. Com isso, Ele usa pessoas para que sejam instrumentos de cura. Contudo, a cura que vem delas vem do Alto, elas só deixam fluir. E, com muito amor, preciso dizer (por entender a dor de querer o amor e a aprovação dos outros), não podemos trocar a ordem de quem deve estar em primeiro na nossa vida.
Só Deus dá conta de ser Deus.
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.